quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

No tempo em que o crédito era fácil

Primeiro havia bonificações. Depois os "spreads" e os juros desceram. Compraram a primeira casa, mas tão cedo não se metem noutra.



Depois de um período de concessão de crédito "fácil" e de um mercado imobiliário mais dinâmico, todo o contexto mudou. Vender uma casa tornou-se mais difícil, muito devido às restrições impostas pela banca, que se viu num ambiente em que o seu próprio acesso ao crédito se tornou mais escasso e mais caro. E isso foi transposto para as condições exigidas aos clientes. 

"Comprei casa em Setembro de 2001, com crédito bonificado", conta Sílvia Pedro, que pagava, na altura, "um 'spread' de 3,6%", ao qual acrescia a Euribor a três meses. O fim da bonificação foi uma das marcas da década para quem pediu empréstimo.

Alguns meses depois Sílvia conheceu o Luís, que também tinha casa própria. Decidiram desfazer-se da habitação dela. Teve de esperar cinco anos, devido à bonificação. "Estive mais dois anos para conseguir vender a casa", apesar de ter recebido algumas propostas de compra. Não se materializaram porque os interessados "não conseguiram crédito do banco", muito menos "financiamento de 100% da avaliação, como eu consegui em 2001". 

Comprar casa foi fácil. Vendê-la em 2008 foi bem mais difícil. Se em 2006/2007, os bancos lançaram campanhas com "spreads" abaixo de 0,5%, actualmente estas taxas podem superar os 4%. As condições são mais apertadas, com as instituições a pedirem fiadores e a emprestarem, no máximo, 80% da avaliação do imóvel.

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